quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Bolas de sabão

O mundo é de plástico. Melhor. Há mundos que são de plástico. Com camadas de base espessa que esconde os defeitos todos da pele do rosto. De sorrisos para os flashes, de pose divertida, de vestidos que não se vendem na Zara ou em qualquer uma das lojas da multinacional espanhola. Cair de paraquedas num evento social e ver estas bolas de sabão (metáfora muito simpática até!) não deixa de ser divertido. As vozes anasaladas, repletas de "você" e outras expressões típicas de um Portugal dos pequeninos, podem causar-me arrepios, mas não deixam de me divertir. Os VIPS que proliferam nas revistas pertencem a um mundo que cabe numa caixa muito pequena: a televisão. É ela que lhes dá vida, que cria personagens festivos, bem vestidos e cheirosos, com o glamour próprio de uma novela.
Estas pessoas vão a quase todos os sítios de graça. Recebem quilos de convites, são tratadas como "importantes". Enchem as salas nas ante-estreias ou na apresentação de livros para que o povo que paga bilhete lhes siga os passos. São bonecos numa estratégia de marketing cultural à escala de um Portugal de 10 milhões de habitantes. Alimentam a indústria dos media e os sonhos de quem folheia as revistas de corazón. São puro entretenimento. A mim, divertem-me!

3 comentários:

Sara Aguilar disse...

Mas as bolas de sabão fazem-nos sentir a magia de voar... e simplesmente desaparecer... e ali ficamos a olhar... big kiss.

Disparo disse...

E não é para isso que gostamos das bolas de sabão? Para olhar e rir?

Anónimo disse...

"Os VIPS que proliferam nas revistas pertencem a um mundo que cabe numa caixa muito pequena: a televisão. " É uma frase pura e simplesmente genial! Só podia vir de uma pessoa-pessoa, nos antípodas das bolas de sabão.
Um abraço,
marisa