terça-feira, novembro 16, 2010

Tiradas

Definição de castanho: preto sujo

sábado, novembro 13, 2010

Amamentação

Não quero lançar foguetes antes da festa, mas acho que finalmente me reconciliei com a amamentação. Para mim era um processo natural. Ia amamentar os meus filhos da mesma forma como sempre quis ir para a universidade. Ou seja, era assim que ia ser e pronto. Com o Guilherme sofremos os dois e hoje tento perceber como é que isso terá afectado a nossa relação. Era uma sofrimento. Não pedi ajuda, desenvencilhei-me sozinha, com os mamilos em sangue, os caroços, as mastites, as dúvidas. Lágrimas e suores frios. Uma sofrimento estúpido. Depois passou. E amamentei até aos seis meses e meio.
Com o Francisco muni-me de todos os truques que aprendi. E uma enfermeira disse-me o essencial: as minhas mamas são as únicas que ele tem para mamar. Tendo isso em conta, tenho de arranjar estratégias para que a amamentação resulte. Se for preciso mamilos de silicone, usar. Se for preciso tirar leite e dar-lhe de biberon, paciência. Se a minha opção como mãe é amamentar, se quero que resulte, tenho de encontrar a forma que mais se adequa à minha realidade. E foi assim que fiz. Outra enfermeira do centro de saúde veio cá a casa. E também me ajudou. E apesar de ter tido um noite em lágrimas porque, mais uma vez, tinha os dois mamilos em sangue, percebi que amamentar é uma montanha russa: depois dos momentos maus vem sempre um bom e é por isso que eu nunca desisti. Porque depois da angústia, na próxima mamada corria tudo bem e eu sentia-me mais feliz do que nunca.
Contas feitas, foram dois dias difíceis. Dou de mamar feliz. E o meu bebé também está feliz.

(Re)nascimento

O Francisco nasceu e de repente o meu Guilherme cresceu. Quando o vi a entrar pela porta do meu quarto no hospital pensei: o que é que aconteceu nestes quatro dias? O corpo já não é de bebé, está forte, com as mãos enormes e os olhos amêndoa ainda mais abertos. Como é que eu perdi este crescimento? porque é que não o vi? Foram os dias em que estive internada? Ou ele já estava grande e só com o nascimento do Francisco nos apercebemos que o nosso Gui, afinal, já deixou de ser um bebé? Ao pé do irmão é enorme.
Olha para ele e diz: Francisco não chores, o papá está aqui, a mamã está aqui. Quer mais o pai do que a mãe, como se eu estivesse destinada a cuidar em exclusivo do irmão. Gosta do seu espaço, das suas coisas, de ter garantias. E a mãe está muitas vezes a dar de mamar ao Francisco. É difícil não estar com ele sempre que ele precisa.