quinta-feira, março 30, 2006

O Bom Samaritano

"John Suhrhoff, de San Rafael, Califórnia, é a personificação da figura do bom samaritano: encontrou uma mala com jóias no valor de 1 milhão de dólares e entregou-a à polícia de Sausalito, no mesmo estado dos EUA. A mala continha um relógio Cartier, anéis de diamantes e rubis, brincos de pérola, colares com grandes diamantes e 500 dólares em dinheiro. A dona, Shala Ghannadian, de Toronto (Canadá), já foi localizada. As jóias têm passado de geração em geração na sua família com raízes no Irão" (publico.pt) . Não é maravilhoso?

quarta-feira, março 29, 2006

Rir

É o melhor remédio de todos. Rir de nós próprios, dos outros, de nada e de tudo. Rir até chorar, "rir para não chorar", como dizia a canção brasileira, rir de loucura e profunda alegria, rir de parvoíces e de verdades. Rir de realidades feias mascaradas de piadas num espectáculo de stand-up comedy ou de uma gaffe imperdoável de um político autoritário.
Adoro rir. E quando o faço, abro a boca toda para que a gargalhada não fique presa cá dentro. Rir com vontade, mostrar os dentes, a língua, a garganta. Rir alto e fazer os outros saltar da cadeira com tanto exagero. Viva o riso genuíno! Viva! Viva!

segunda-feira, março 27, 2006

Wikipédia

Um ataque de pânico, também conhecido como crise de pânico ou crise de ansiedade, é um período de intenso medo ou desconforto, tipicamente abrupto e durando, geralmente, não mais do que trinta minutos. Os sintomas incluem tremores, dificuldade em respirar, palpitações do coração, náuseas e tontura. A desordem difere de outros tipos de ansiedade na medida em que o ataque de pânico acontece de forma súbita, parece não ter sido provocado e é geralmente incapacitante.

quarta-feira, março 22, 2006

Campo

As cidades sempre me fascinaram. Porque conseguem misturar constrastes únicos, porque somos invisíveis quando queremos e chamamos a atenção quando nos apetece. Porque têm barulho, vida, mas também silêncio. Porque ainda há laranjeiras em grandes rotundas.
Mas apesar disso, mudei-me para o campo. O Pinhal Novo é uma vila quase rural, mas tem grandes cidades por perto. Eu sou mesmo assim: gosto de estar longe, mas com a âncora presa e terra à vista. Nas manhãs em que me apetece correr, tenho um encontro marcado com estes amigos da foto. Ainda se assustam quando passo pela vedação. Acham-me estranha. Acho que vou ter saudades deles quando me mudar. Mas só de vez de quando :)

segunda-feira, março 20, 2006

É incrível...

... como no espaço de 24 horas tudo muda, tudo chove, tudo abana. E são precisas outras 24 horas para a ordem ser restabelecida. A verdade é que sou obcecada pela organização, pelo equilíbrio perfeito entre o caos e a tranquilidade.

sexta-feira, março 17, 2006

Mercados

Adoro o cheiro da fruta e dos legumes alinhados nas bancas do mercado. Das peixeiras, sempre gordas, que gostam de falar alto e de cantar logo bem cedo. Dos clientes que cirandam a inspeccionar os produtos, dos vendedores com histórias incríveis.
Entrevistei um, na Cova da Piedade, com licenciatura em Inglês e filhos na Faculdade de Medicina. Fala muitas línguas, diz que é inteligente e que vende peixe na praça para seguir as pisadas da família. Veste camisa justa, aberta no peito, cabelo penteadinho para trás com gel e mexe as mãos de um jeito castiço.
É nos mercados que faço as minhas melhores compras. E saio sempre de lá com alguma história.

quinta-feira, março 16, 2006

A perfect day

Foi um dia daqueles. Que não re repetem muitas vezes porque só contêm boas novidades. Só coisas boas. Hoje fiquei a saber que vou ter outro sobrinho (ou sobrinha), que a venda da minha casa está bem encaminhada e que há projectos no futuro para mim. Foi preciso suar muito para ter um dia como o de hoje. E o melhor é poder partilhá-lo com alguém que me ocupa a alma e o ser. Como eu nunca pensei ser possível.

terça-feira, março 14, 2006

My name is Jack


Gosto do Jack porque é levezinho. Óptimo para andar de carro nestas distâncias intermináveis que me separam. O que mais gostei no concerto de ontem não foi só da t-shirt verde que ele tinha vestida. Há muito tempo que não estava com tantos adolescentes e jovens (13-19 anos) e não consegui evitar pensar que, se tivesse a idade deles, também me vestia assim. Na minha altura, as opções eram muito poucas. Não havia tanta cor e meia rotas, nem telemóveis.
Ver um concerto sem isqueiros é uma experiência do outro mundo. Para quê gastar gás se os modelos mais modernos dos telemóveis se iluminam todos? E para quê estar especado a ver um surfista a tocar guitarra se se pode gravar tudo na máquina digital para depois mostrar aos amigos que o-concerto-foi-o-máximo?
No meio da multidao, vi uma rapariga a encostar-se devagarinho a um rapaz que passava e a olhar para ele com olhares de predadora. E adolescentes com o casaco meio despido, só a mostar o ombro. E um homem de gravata que olhava para tudo aquilo com ar divertido. E rapazes com roupa de marca a gritar. E surfistas que trocavam carícias constantemente, enquanto na casa de banho mais uma rapariga vomitava.
O Jack falou pouco. Dá para perceber porquê.

segunda-feira, março 13, 2006

Outra vez

Mas porque é que há coisas que ficam penduradas e que só pegamos nelas quando já não dá mais para segurar? Detesto esta sensação e confundo-a com preguiça. Não acho que seja. Até porque acabei de escrever mais uma peça. Fazer duas seguidas é obra. E hoje está demasiado sol...

terça-feira, março 07, 2006

Tradição histórica na cidade

Já vou atrasada na colocação deste post, mas acho que vale a pena. Foi uma boa surpresa ter assitido ao Enterro do Entrudo no Fogueteiro. É uma localidade urbana, cheia de prédios desordenados, sem graça nenhuma. Há bairros sociais, barracas, comércio de rua e estacionamento confuso. É urbana, dormitório puro. Mas há mais de 30 anos, quem veio do Alentejo para a Margem Sul à procura de uma vida melhor, trouxe consigo algumas tradições. Não se importou com a ausência da planície ou da lentidão das horas e imprimiu um cunho pessoal neste aglomerado incaracterístico.
Um grupo de idosos lembrou-se, este ano, de recordar a tradição e encenou o Enterro do Entrudo no meio da rua. Com uma alegria invejável. Genuína. Quando for velhinha também quero ser assim.

quarta-feira, março 01, 2006

Medo, muito medo

Hoje não era para escrever, mas em conversa com o meu pai soube uma história incrível.
Numa terra pequena, mas com direito a câmara municipal, decidiram recriar uma antiga tradição: cantar as Janeiras. Um dos habitantes de uma aldeia preciosa e cheia de verde, pegou numa pandeireta e juntou-se ao grupo de cantores improvisados para bater à porta da sede da autarquia, bem no centro da vila. Quando se preparava para embarcar na aventura, uma miúda que nem 30 anos tem disse-lhe: "Não pode levar essa pandeireta vermelha". Ele respondeu: "Não posso? Ora essa! E porquê?". "Porque parece mal", respondeu ela.

Parece mal levar um objecto vermelho numa terra de PSDs. Não tenho nada contra os sociais democratas, mas esta proibição e censura velada mete-me medo. Muito medo. Lá na terra é assim. As pessoas votam sempre nos mesmos porque têm medo, imagine-se, que alguém descubra que apoiaram outro partido. Isto é assustador.

Sim, a pandeireta vermelha (ou seja, de esquerda, do PCP segundo a interpretação mesquinha dessa parasita) ficou pelo caminho. E o senhor desistiu de cantar as Janeiras. Só mais tarde é que percebeu porque é que não pode participar na cantoria. Por causa da pandeireta, claro. E porque a tal miúda trabalha na câmara, tal como o seu pai com a 4ª classe que é chefe da divisão de urbanismo. Xiça.