sábado, novembro 13, 2010

Amamentação

Não quero lançar foguetes antes da festa, mas acho que finalmente me reconciliei com a amamentação. Para mim era um processo natural. Ia amamentar os meus filhos da mesma forma como sempre quis ir para a universidade. Ou seja, era assim que ia ser e pronto. Com o Guilherme sofremos os dois e hoje tento perceber como é que isso terá afectado a nossa relação. Era uma sofrimento. Não pedi ajuda, desenvencilhei-me sozinha, com os mamilos em sangue, os caroços, as mastites, as dúvidas. Lágrimas e suores frios. Uma sofrimento estúpido. Depois passou. E amamentei até aos seis meses e meio.
Com o Francisco muni-me de todos os truques que aprendi. E uma enfermeira disse-me o essencial: as minhas mamas são as únicas que ele tem para mamar. Tendo isso em conta, tenho de arranjar estratégias para que a amamentação resulte. Se for preciso mamilos de silicone, usar. Se for preciso tirar leite e dar-lhe de biberon, paciência. Se a minha opção como mãe é amamentar, se quero que resulte, tenho de encontrar a forma que mais se adequa à minha realidade. E foi assim que fiz. Outra enfermeira do centro de saúde veio cá a casa. E também me ajudou. E apesar de ter tido um noite em lágrimas porque, mais uma vez, tinha os dois mamilos em sangue, percebi que amamentar é uma montanha russa: depois dos momentos maus vem sempre um bom e é por isso que eu nunca desisti. Porque depois da angústia, na próxima mamada corria tudo bem e eu sentia-me mais feliz do que nunca.
Contas feitas, foram dois dias difíceis. Dou de mamar feliz. E o meu bebé também está feliz.

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